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REALIZAÇÃO DE CONCURSOS

Foto do escritor: Caio SantanaCaio Santana

Atualizado: 11 de dez. de 2023

Realização de concursos no Brasil: um verdadeiro desafio


Produzir um certame nacional que recebe candidatas de todas as regiões do Brasil é um desafio. Henrique Fontes, que realiza três concursos nacionais de Miss Brasil, conta como ele consegue: “Fazer concurso no Brasil não é fácil, mas a gente está aí há 17 anos. Temos uma credibilidade boa e bons apoiadores, mas é uma luta sempre. Percebemos quando pegamos a franquia Miss Mundo, em 2006. [Só foi possível] porque eles insistiam com o concurso Miss Brasil e não queriam o mesmo concurso. O povo insistia em não fazer o que eles não queriam, até que o Miss Mundo foi atrás de outra pessoa e acabou sendo eu. Quando eu ouvi em 2019 o Nawat me sugerindo isso, eu não ia cometer o mesmo erro que cometeram e fiz um concurso para o Grand e percebi que é muito mais interessante você fazer o concurso com o perfil de cada um”.


Karina Ades tem boas recordações da época que comandou o Miss Brasil na Band: "É uma troca cultural maravilhosa. Qual é o evento brasileiro que junta 27 estados? Representantes brasileiras de 27 estados. Era uma vivência tão rica para a gente que estava trabalhando com ela. Meninas que traziam nas suas histórias as suas culturas locais. Eu fico até arrepiada de falar, porque era isso mesmo".


Apesar disso, ela reconhece que haviam desafios da coordenação: "Foram quatro anos de muito trabalho e muita dedicação. Eu trabalhava com uma marca que tinha um patrocinador por trás muito próximo ao concurso. Eu tinha que entregar um resultado, era muito dinheiro em jogo. Eu tinha uma responsabilidade muito grande como profissional para entregar esse resultado para essa marca".


Assim que foi chamada para ser diretora-geral, ela precisou comandar um projeto que fosse nacional e seguisse as mesmas diretrizes até que se chegasse na final do Miss Brasil que era televisionado. Para isso, foi criado um instrumento que alinhasse as coordenações estaduais com as mesmas regras.


As 27 candidatas do Miss Brasil 2019, o último da parceria Band/Polishop. Créditos: Reprodução/YouTube

"Criamos um estatuto único, tanto em relação às regras quanto em relação às diretrizes artísticas. Para quê a gente fez isso? Para que quando todas elas chegassem aqui no Miss Brasil, a gente tivesse partido de um mesmo princípio que era todo mundo estar pautado desde o início pelas mesmas condições", declarou.


"Diferente da Band, quando a Miss Brasil era eleita [sem a parceria com a Polishop] a direção geral não cuidava mais. Não existia um trabalho árduo que a gente fez para promover o ano de reinado da Miss. Isso significava não só cuidar da moradia, alimentação, stylist, assessoria de imprensa, mas como toda uma condução que tivesse a ver com o concurso. Cuidávamos do ano de reinado dela como se fosse uma carreira e preparava ela para o Miss Universo", diferencia.


Foi quando ela estava a frente da direção-geral do Miss Brasil que o concurso se aproximou do mundo da moda, visível nos concursos estaduais e nacional com uma pegada mais fashion sendo exibida para os telespectadores. Além disso, também passa a fazer parte do certame diversas atividades que envolvia idas a lojas e montagem de looks, etapas que se tornaram importantes na etapa do confinamento.


"Uma das premissas da era Polishop no Miss Brasil era justamente aproximá-lo do mundo da moda, fazer com que o Miss Brasil ficasse mais contemporâneo, mais atualizado. Entendiam que ali não era só um concurso de beleza onde o que valia eram as medidas ou a questão estética, mas uma conduta de uma mulher, representante de outras mulheres e que tivesse voz para falar por outras mulheres. Essa foi a grande diferença, a gente mudou o conceito do concurso na era Polishop, fizemos com que o concurso tivesse um outro objetivo: eleger uma representante para falar, através da sua beleza, por outras mulheres. Isso foi feito e a gente sentiu muito em reinados como a Raissa, e mesmo a Monalysa", destaca Karina Ades.



 
 
 

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